domingo, 11 de junho de 2023

CRONICA DO NUNO MARKL JORNAL JOKER




 @nunomarkl

19 hours ago
Sim, amigos. É um daqueles posts. Por favor, comentem, façam like e partilhem. Fico grato, porque este é daqueles posts que esta rede social mata à nascença. Querido algoritmo do Instagram, não me lixes, por favor. Hoje, décimo dia do sexto mês, quando soarem as 4 badaladas do pós-almoço, estarei no Parque Eduardo VII, no evento a que prefiro chamar Certame de Publicações Encadernadas (para evitar estrangulamento de alcance do post), a assinar Manuais de Instruções com o autor dos desenhos, o Miguel Jorge. Se trouxerem outros exemplares da minha já vasta e tola obra escrita - como estes que aqui vêem - também assino, nomeadamente a nova edição de O Corvo: Laços de Família, desenhada pelo Luis Louro. Recordo: é quando soarem as 4 baladadas do pós-almoço, na praça do Pinguim (que se diz em inglês). Amanhã, dia da semana começado por D, estou no mesmo local com o Miguel, mas uma hora mais cedo: quando os cucos cucarem três vezes. Pergunto: alguém desse lado tem toda esta catrefada de publicações encadernadas?

Há trabalho, dedicação e uma sede voraz de ir mais longe na série Rabo de Peixe. Há um empenho nítido em querer fazer mais do que “uma série portuguesa que até parece feita lá fora”. Rabo de Peixe quer ser simplesmente tão boa como tantas produções - não apenas americanas - que vão conquistando público nos streamings, blockbusters que obrigam ao binge. Há trabalho, muito trabalho - e não apenas para, por exemplo, recriar uma tempestade em CGI de uma forma definitivamente não-portuguesa. Uma das coisas que mais me agarra em Rabo de Peixe é o tom da coisa: há sempre quem se queixe que, na televisão portuguesa ainda se fala muito com vícios de telenovela. Em parte pelo texto do @joao_tordo e do @hugogoncalves_escritor, em parte pela direcção do @augusto_fraga_director e em parte - obviamente - pelo trabalho do elenco, Rabo de Peixe tem uma velocidade e uma eficácia certeira nos diálogos que é refrescante. Isso vê-se (e ouve-se) por exemplo, na maneira como os palavrões deslizam - estes “f0d@-se” e estes “c@r@1h0s” saem mais da alma que de linhas de diálogo numa página do Final Draft… Temos tremendos autores de cinema há muitos anos, devidamente reconhecidos internacionalmente e nos quais temos de ter orgulho (ainda recentemente João Canijo em Berlim). Só nos faz bem começar a ter também entretenimento de classe - o tipo de coisa capaz de levar um crítico tarimbado como Cary Darling, do Houston Chronicle, dizer que Rabo de Peixe “could be your next TV addiction”. O êxito que a série está a ter em vários países mostra que esta equipa talvez tenha decifrado o código para conversar com muito público, dentro e fora das fronteiras. Mesmo quem não goste de Rabo de Peixe - e tem havido algum resmungo nesse sentido cá pela terra - deveria reconhecer que há aqui portas a abrir e que Rabo de Peixe talvez mereça outra gratidão.

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